Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador

Sempre fui apaixonado por samba. Quando morava em São Paulo, ouvia atentamente aos mais apaixonados sambistas falarem dos maravilhosos lugares do Rio de Janeiro. Dentre os inúmeros lugares, os destaques eram as escolas Portela e Mangueira, a famosa Lapa e seus bares, o antigo Cacique de Ramos e o desconhecido (mas interessante) Samba do Trabalhador.

Desde 2005, o Renascença Clube recebe, toda segunda-feira, o tradicional Samba do Trabalhador comandado pelo compositor e cantor Moacyr Luz. O dia foi escolhido por, normalmente, ser a folga dos músicos. Nesse dia, os músicos se reúnem para mostrar seus novos trabalhos e para curtir um bom samba.

O que mais chama a atenção é o contraste entre o nome (Samba do Trabalhador), o dia (segunda-feira) e o horário (a partir das 16:30). Quando cheguei no Rio fiquei triste, pois só poderia conhecer a famosa roda de samba nas férias. Ainda mais depois que comecei as minhas aulas de tamborim no Salgueiro (que também é segunda-feira as 19:00)

Mas o Dia Nacional da Consciência Negra caiu numa terça-feira e a minha empresa resolveu trocar a terça pela segunda, ou seja: folgamos na segunda e trabalhamos na terça. Resultado: chance única de conhecer a famosa roda de samba de Moacyr. Perfeito mesmo seria se fosse feriado também no Salgueiro, mas as atividades lá aconteceram normalmente e meu compromisso com a escola está firmado e é minha prioridade até o Carnaval.

Chegamos lá as 17 horas. Dez reais para entrar, 40 reais um balde com 10 latinhas. A roda de samba ainda estava vazia, mas enchendo muito rapidamente. Nota 10 para a qualidade do som. Muitas músicas diferentes, mas um repertório nota 10.

Em menos de 1 hora, o lugar já estava lotado. Eu conheço muito sambas e sei cantar boa parte deles, mas nesse dia não sabia cantar um monte de músicas. Mas elas não eram desconhecidas por todos, na verdade só eu mesmo que não sabia cantar. Todo mundo cantava junto com a banda e em alto e bom som, batendo palmas, dando um toque especial para a Roda de Samba. Fiquei feliz, afinal conclui que tem muito samba bom ainda para explorar.

Moacyr Luz

As 19:00 horas, eu tive que partir para o Salgueiro. Confesso que foi difícil, pois a Roda estava no seu melhor. Mas minha felicidade por estar ali e algumas cervejas na cabeça permitiram a execução de um carreteiro quase perfeito no Salgueiro, o que fechou meu dia com chave de ouro.

E o melhor de tudo isso? Férias chegando! Ou seja, Samba do Trabalhador + Salgueiro passa a ser o compromisso de todas as segundas feiras enquanto as férias existirem.

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