Amigos do Ritmo: Pedra do Sal

Começo esse post com uma música: Pé do Meu Samba - Caetano Veloso, maravilhosamente cantado por Martnália:

"Dez na maneira e no tom
Você é o cheiro bom
Da madeira do meu violão
Você é a festa da Penha,
A feira de São Cristovão,
É a Pedra do Sal"

Nessa musica, Caetano exalta o que há de melhor no Rio de Janeiro. A lista é imensa, vamos combinar! São tantas coisas boas que escolher as melhores para caber numa música é um trabalho um tanto quanto difícil. Brincadeira de criança para Caetano. Mas não é que a Pedra do Sal aparece nessa música. Pois é: E o lugar é mesmo maravilhoso.

Além de ser um dos melhores sambas do Rio de Janeiro, o lugar é histórico e foi tombado como patrimônio cultural do Estado do Rio de Janeiro. Nos séculos XVIII e XIX, ali existia um grande comércio de escravos. O lugar já foi conhecido como Pequena África. Com o fim da escravatura, os negros faziam ali seus rituais e cultos religiosos. Logo, grandes sambistas e chorões passaram a se reunir no local. E quando eu falo grande.. é grande mesmo: João da Baiana, Pixinguinha e Donga (A Santíssima Trindade do Samba). O lugar simplesmente exala história e cultura.

Se os batuques rolavam desde o século XIX, abençoadas sejam as pessoas que mantém essa tradição. Toda segunda e sexta-feira, rola uma tradicional roda de samba por lá. Começa por volta das 19 horas e termina meia noite. Tanto na segunda, quanto na sexta, o lugar lota. Gente bonita, cerveja barata, samba bom e para fechar com chave de ouro: Não paga nada para entrar. Se você trabalha no Centro, é o melhor happy hour que você poderia ter.

Meu irmão Deoclecio veio me visitar nestas ultimas ultimas semanas. Ele ficou 5 dias e fizemos um tour acelerado pelos melhores sambas do Rio. Passamos pelo Beco do Rato, Pedra do Sal, Samba Luzia, Salgueiro e Cacique de Ramos. Para meu irmão Deoclecio, (que é mais apaixonado por samba do que eu), a Pedra do Sal foi considerado o destaque da viagem.