Segunda é dia de Salgueiro

A cada dia que passa agradeço mais e mais o convite de minha grande amiga Renata para tocar tamborim. Jamais imaginaria que iria gostar tanto da parada. Fico pensando na dinâmica da vida. Quantas coisas existem por ai que eu amo e não sei? Quantas pessoas existem por ai que amo e eu não sei? Enfim... me permiti 5 segundos de filosofia para tentar expressar meu sentimento.

O fato é que eu gostei tanto do tamborim, mas tanto.. que fazer aula com o Mestre Ary uma vez por semana não está sendo suficiente e não mata minha sede de samba.

Renata já postou aqui a sua paixão pelos blocos e preferência quando comparado com as escolas de samba. Renata é carioquissima. Quem conhece bem o Rio, sabe que a essência do carnaval carioca são os blocos com sua democracia tão perfeitamente praticada. Logo no meu primeiro carnaval no Rio, aprendi a trocar a noite pelo dia e as casas noturnas pela rua.

Mas as escolas de Samba sempre me encantaram. Apesar de nunca ter desfilado ou até mesmo assistido um desfile na Sapucaí ou Anhembi, sempre frequentei ensaios e a sensação é sempre a mesma: Uma renovação instantânea de energia.. melhor que um mix de redbull com catuaba, amendoim, ginseng e ovo de codorna.
Se tocar tamborim já era algo fora dos meus sonhos limitados, pensar em tocar tamborim em uma escola de samba é audácia pura.

Falando um pouco de crenças. A umbanda me ensinou que temos livre arbítrio sim, mas que viemos para esse mundo com um certo propósito. Logo a vida cria as situações propícias para evoluirmos e nós temos o livre arbítrio de escolher o que fazer diante de tais situações.

Baseado em ensinamentos religiosos e na máxima do poeta Zeca Pagodinho que tão sabiamente canta "Deixa a vida me levar", eu vivo minha vida tranquilamente sabendo que o que é meu tá em algum lugar e misteriosamente um dia vai aparecer.

Eis que um belo dia, amigos do trabalho me chamam para ir tocar tamborim. Onde? Nada mais, nada menos que o Salgueiro. Fiquei embasbacado com o convite. Já escrevi sobre o Salgueiro e é impressionante como essa escola tem se destacado aos meus olhos. Eu quando cheguei imaginei que seria rato da Portela ou da Mangueira, mas no Carnaval desse ano, foi o Salgueiro que me impressionou mais. E agora eu tenho a oportunidade de tocar lá. Topei na hora!

Bandeira do Salgueiro

A aula de iniciantes é das 19 as 20. Das 20 as 21 tem aula dos experientes e das 21 as 22 um ensaio geral com a bateria toda. No primeiro dia cheguei as 19 e só sai de lá as 22, cansado e feliz. O único problema é que tocar tamborim e não tomar cerveja depois é quase impossível. E beber na segunda-feira é foda. Mas eu acho que supero o fato de ser segunda.

Resultado disso tudo. Agora tenho um segundo grupo no Whatsapp chamado Tamborim. E duas novas amigas muito locas: Isabel e Naide. Ainda vou unir essa galera toda! Só quero ver o que vai dar!